sexta-feira, 23 de abril de 2010

Não existe verdadeira vida cristã sem contemplação. Entendo a contemplação como aquele simples abrir a vida ao mistério que nunca se deixa alcançar em pleno, mas que pode ser saboreado como presença viva e alegre de Deus em nós. Não se trata de uma atitude beata ou espiritualista. É, antes de tudo, a atitude de quem, não podendo compreender tudo, se abandona na confiança e se deixa surpreender pelo Senhor, na disponibilidade para ser preenchido de luz e de paz.

Hoje, pude contemplar o dom da vida de um amigo. Sentir que o dom da vida e da entrega dos outros é imprescindível para o meu caminho e assumi-lo com alegria traz-me a certeza de que a vida que recebi do Senhor é bela e verdadeiramente digna de ser amada. Ser Igreja é isto mesmo: experimentar a beleza do dom que Deus nos faz ao tornar imprescindível a presença e o testemunho dos irmãos nos passos que vamos dando, rumo àquela unidade que é a comunhão de vida com Ele. No final de mais um dia, basta-me contemplar este mistério de um Deus Amor que encarna na vida de tantos homens e mulheres para fazer brotar, no meio dos seus, o Reino da alegria, da justiça e da paz.

“Que grande é a alegria de viver,
quando se tem a Deus e só a Deus!
Como são pequenos os problemas que a vida nos apresenta,
problemas cuja solução está somente em Deus”
[S. Rafael Báron]

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