domingo, 27 de julho de 2008

Aguarda em jubilosa esperança que te manifeste a minha glória...

"Reservo para ti, no meu santuário, diz o Senhor, grandezas que a tua alma não pode atingir, por agora. São coisas que nem olho viu nem ouvido ouviu, nem jamais passou pelo pensamento dos homens, as que preparo para aqueles que me amam. Deixo cair, de tempos a tempos, no teu coração, uma luz repentina como a da estrela cadente que corta os espaços em fracções de segundo e se esvai, como se tivesse passado para lá do firmamento. Querias agarrá-la, mas não podes. Querias saboreá-la, mas ela fugiu sem te dar tempo. Não tenhas medo. na noite da tua fé, aguarda em jubilosa esperança que te manifeste a minha glória."

Luís Rocha e Melo, s.j., "Tu me seduziste e eu deixei-me seduzir"



N. Sra. de Entre-Águas - Padroeira de Benavila

Cheguei há pouco de uma Semana Missionária. Não sei o que dizer-vos sobre este tempo passado em Benavila (vila do concelho de Avis, Alto Alentejo). Será que se disser que fui e estou feliz chega? Como diz a oração, que partilho convosco e que me acompanhou durante os últimos dias, este foi um tempo em que o Senhor deixou cair no meu coração uma luz verdadeira, que me recordou como é bom segui-Lo. É, na verdade, uma luz que se esvai, mas deixa a sua marca em mim. Aprendi a viver em comunidade, lado a lado com pessoas tão diferentes, mas que me mostraram o que é ser irmão em Cristo. Descobri que devo ser fiel a Deus e a mim próprio para levar a Sua imagem aos outros, uma imagem verdadeira. Acima de tudo percebi que os meus propósitos não são importantes diante de Deus... apenas devo estar disponível para ser surpreendido por Ele, devo deixar que Ele faça maravilhas no meu coração. E em "jubilosa esperança", na alegria de ter sido tocado por Ele, continuo a caminhar de regresso a Casa.

domingo, 13 de julho de 2008

Sê Tu o semeador, a semente e o campo...

"Naquele dia, Jesus saiu de casa e foi sentar-Se à beira-mar. Reuniu-se à sua volta tão grande multidão que teve de subir para um barco e sentar-Se, enquanto a multidão ficava na margem. Disse muitas coisas em parábolas..."

Mt 13 - Passagem do Evangelho do XV Dom. do TC - 13/07

Quando ouvi pela primeira vez o Evangelho deste domingo esta passagem tocou-me de modo especial. Não é muito comum pensarmos em Jesus como um homem semelhante a nós, porque a Sua natureza divina é realmente essencial para O percebermos. Mas hoje tentei imaginar Jesus que saía de casa e que se sentava à beira-mar. Um gesto tão comum, partilhado por tantas pessoas e que eu mesmo já realizei. É bom poder olhar Jesus desta forma. Um Deus que se fez homem, um Deus que conhece todas as maravilhas do Universo, um Deus Criador, mas um Deus-Homem que contempla o mar, em silêncio, buscando as forças necessárias à Sua missão. Gosto de saber que o meu Senhor trilhou os caminhos de qualquer homem e renovou-os com o Seu jeito de amar, de sentir, de viver...

Senhor, semeador e semente, vem ao meu coração. A minha vida é tantas vezes um campo à beira do caminho, onde a Tua Palavra não fica, onde o meu coração duro não Te deixa permanecer. Quantas vezes não sou também o campo pedregoso que recebe a Tua Palavra com alegria, mas que não permite que te enraizes em mim, não deixa que sejas Senhor de tudo o que tenho e sinto... E quando os espinhos do sucesso, da dúvida, do prazer, do egoísmo crescem à minha volta, tantas vezes deixo que me sufoquem e que não me deixem o coração livre para Ti. Sê um semeador paciente. Amolece a terra e fecunda-a com o Teu Espírito, retira as pedras e arranca os espinhos, com paciência e misericórdia. Faz de mim um campo fértil, onde a Tua Palavra possa frutificar em abundância. Sê Tu o semeador, a semente e o campo, e na minha fraqueza faz brotar frutos de paz, alegria e amor...

"Porque a vós é dado conhecer os mistérios do reino dos Céus."

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Pedaços de Alma...

"Há veleidades, Senhor, no íntimo de corações que te seguem. Não entenderam ainda que não podem, não devem tentar controlar os desígnios insondáveis do teu querer. Escute-se Ísaias com atenção: «os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, os meus caminhos não são os vossos caminhos». Revela-nos, Senhor, como não queres nem podes queres senão o bem maior para todos os homens. Ensina-nos a deixar-te agir à tua maneira, na alegria ou na tristeza, na saúde ou na doença, na vida ou na morte, e a dar crédito às hiperboles queridas a teu Filho: «nem um só cabelo cairá da vossa cabeça, sem a permissão do Pai do Céu». «Não temais, pequeno rebanho»."

Luís Rocha e Melo, s.j., "Tu me seduziste e eu deixei seduzir-me"

domingo, 6 de julho de 2008

Um dia conTigo...

Hoje foi dia de peregrinar até ao Santuário de Fátima. Uma espécie de conclusão do Ano Pastoral junto da Mãe, em jeito de acção de graças pelo ano e pelos frutos que o Senhor fez brotar entre nós. Foi um dia para partilhar, rezar, aprender...

Foi bom poder experimentar em mim as palavras que Jesus hoje nos dirige no Evangelho. Aprende-se muito com os pequeninos. E Ele próprio veio ao meu encontro nos pequeninos que hoje me rodearam e se entregaram, no seu jeito especial, nas mãos do Pai e de Maria. Gostei de ter no colo a Magda que fazia a sua humilde oração à Virgem na Capelinha das Aparições no fim do Terço, lembrando que o Reino pertence-lhes em primeiro lugar.


Este foi um dia para agradecer as amizades que Jesus criou entre nós e fortalecer os laços que Ele mesmo atou. Na diversidade de personalidades e feitios, pervaleceu uma busca sincera do amor do Pai.

Olhando a imagem de João Paulo II, peço ao Bom Deus que nos fortaleça e nos ensine a carregar o "jugo suave" dos ensinamentos de Cristo, de que o nosso anteior Papa foi exemplo.



Deixo estas fotos lembrando algumas pessoas especiais que não poderam acompanhar-nos, como sinal que, nos nossos corações foram também entregues ao Pai, na oração.

sábado, 5 de julho de 2008

"Naquele tempo, Jesus exclamou:«Eu Te bendigo, ó Pai, Senhor do céu e da terra,porque escondeste estas verdades aos sábios e inteligentese as revelaste aos pequeninos.Tudo Me foi dado por meu Pai.Sim, Pai, Eu Te bendigo,porque assim foi do teu agrado.Ninguém conhece o Filho senão o Paie ninguém conhece o Pai senão o Filhoe aquele a quem o Filho o quiser revelar.Vinde a Mim,todos os que andais cansados e oprimidos,e Eu vos aliviarei.Tomai sobre vós o meu jugoe aprendei de Mim,que sou manso e humilde de coração,e encontrareis descanso para as vossas almas.Porque o meu jugo é suave e a minha carga é leve»."


Mt 11, 25-30 (Evangelho do XIV Dom. do Tempo Comum- 06/05/08)




"Vinde a Mim"...

"Naquele tempo, Jesus exclamou:«Eu Te bendigo, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste estas verdades aos sábios e inteligentes e as revelaste aos pequeninos. Tudo Me foi dado por meu Pai. Sim, Pai, Eu Te bendigo, porque assim foi do teu agrado. Ninguém conhece o Filho senão o Pai e ninguém conhece o Pai senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar.Vinde a Mim, todos os que andais cansados e oprimidos, e Eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de Mim, que sou manso e humilde de coração, e encontrareis descanso para as vossas almas. Porque o meu jugo é suave e a minha carga é leve»."

Mt 11, 25-30 (Evangelho do XIV Dom. do Tempo Comum- 06/05/08)



Gosto deste pedaço de Evangelho que escutamos neste Domingo. É bom poder sentir que o Reino está no coração de todos, principalmente dos simples e humildes. Descobrir esta presença criadora e transformadora dentro de nós, é tarefa do coração e não da razão. Apenas através do amor e da humildade perscutamos o silêncio de Deus em nós. Um silêncio que apela à confiança e à fé. Jesus diz-nos que a Fé é dádiva do Pai, é necessário saber acolhê-la e nela traçar o rumo do caminho até Ele. E, quando no caminhar surgem o medo, as trevas, a dor, a perda, o cansaço, a solidão, Jesus chama-nos a Ele, a descansar n'Ele, a adormecer no Seu regaço para que ao acordar a confiança do Seu rosto sorridente nos renove a força para o caminho. Gosto de saber que tenho n'Ele um porto de abrigo, onde Ele mesmo me ensina e molda à Sua imagem. Queria saber rezar como Jesus o faz neste Evangelho, com o coração agradecido e com a humildade de um filho que se entrega nas mãos do Pai. Queria descansar mais vezes no regaço do Senhor e aprender a transportar dentro de mim o "jugo" suave do Seu amor. E assim, caminhando passo-a-passo a seu lado entrego-me nas mãos ternas do Pai...




Esta é só uma noite para lembrar tantas noites em que a brisa suave, em que Ele se revela, tocou o meu rosto, e o brilho das "estrelas" me fez acreditar que n'Ele seria feliz.