sexta-feira, 24 de outubro de 2008

"Grava-Me no teu coração"...


Bom Deus, cada vez mais experimento a paz e a serenidade, que a certeza de ser transportado nas Tuas "asas de águia", trazem ao meu coração. Tal como, outrora, libertaste os nossos pais, o povo de Jacob-Israel, da "casa da servidão", sei que hoje também vens ao meu encontro para me levar aos ombros e libertares o meu caminho dos obstáculos que o obstruem. É na Tua Palavra, Senhor Deus-Connosco, que falas ao meu coração, constróis a minha consciência e aplanas, diante de mim, o caminho que trilho. Sabes que, tantas vezes, me deixei seduzir por outros deuses, que fechei a minha vida à Tua Presença, que não soube descobrir-Te no irmão que caminha a meu lado. Mas, ainda assim, sei que não desistes de mim... Continuas a propôr-me a Tua Palavra de Vida, os Teus mandamentos de fidelidade, e esperas pacientemente a minha resposta, no Teu silêncio, nas profundidades de mim mesmo. Quero responder-Te como o Teu Povo no Sinai: "poremos em prática todas as palavras que o Senhor pronunciou", quero responder ao Teu apelo "sede homens santos", quero, Senhor meu Deus, trazer a Tua vontade, o Teu querer, o Teu Ser gravados em mim, à semelhança dos mandamentos que gravaste na pedra, e que ofereceste ao Teu Povo como sinal da Tua aliança... Hoje, desejo com todas as minhas forças, apenas permanecer junto de Ti...


"E agora se escutardes bem a minha voz e guardardes a minha aliança, sereis para mim uma propriedade particular. Vós sereis para mim um reino de sacerdotes e uma nação santa."

Ex 19, 5-6

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

"As coisas vulgares que há na vida não deixam saudade"...


Senhor, Rochedo da minha paz, hoje, pela tua Palavra vens tranquilizar-me e falar-me ao coração. Visitas o Teu Povo, fazes-te Presença no meio de nós, dizes-nos com ternura, no Teu silêncio, que nos amas... Hoje, quero que em mim se faça a Tua vontade, quero apenas que a Tua Palavra actue plenamente em mim, que se cumpra em mim. Quero, Bom Deus, abrir o coração à Tua Paz, fazer de Ti, da Tua Palavra, do Teu Ser, o centro e a essência do meu caminhar, da minha vida. Sabes que esta tem sido uma tarde dificil para mim, sabes que, ao ver cair a chuva, ao contemplar o cinzento do dia, surgem dentro de mim as saudades daqueles que brilham no meu caminho como estrelas na noite, saudades de casa, do aconchego e da ternura da família, da cumplicidade dos amigos, daqueles cuja presença me confortava e me fazia sorrir, daqueles onde vislumbrava já a Tua face...

Tu, meu Protector, que velaste por mim "desde o dia do meu nascimento", que derramaste no meu caminho as bênçãos que "atingem os limites das montanhas eternas", Tu meu "apoio", faz jorrar nesta tarde sobre mim os Teus rios de Paz, a paz que inunda o coração e me dá a certeza do Teu Amor, o único que pode preencher-me totalmente. Tu que disseste pela boca de José, filho de Jacob-Israel, que do mal tiras o bem, do sofrimento, da dor, da ângústia, da saudade tiras a força e a vida para que o Teu Povo seja salvo, faz-me compreender, hoje, mais plenamente este mistério, para que eu saiba entregar-me nas Tuas mãos sem medida, para que eu descubra o verdadeiro sentido das Tuas Palavras: "quem perde a sua vida por mim, encontrá-la-á".

Oiço a tua voz e o meu coração acolhe a Tua alegria: "Não tenhas medo, Eu conheço quem escolhi, Eu estou aqui"...


Oração que escrevi durante a lectio divina, na tarde de ontem, meditando o texto bíblico de Gn 48-50...

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

"Ama-Me como és... Dá-Me o teu coração."

Depois de 3 dias de retiro, momento propício a descobrir-me à luz de Deus, ficam estas palavras, em jeito de síntese...

«"Tu pertences-Me". Mas com isto disse também: "Tu estás sob a protecção das Minhas mãos. Tu encontras-te sob a protecção do Meu coração. Tu estás conservado na palma da Minha mão e é precisamente assim que te encontras na vastidão do Meu amor. Coloca-te nas Minhas mãos e dá-Me as tuas".

Bento XVI


segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Acolhido nos Teus braços...

Lembro-me, ultimamente, muitas vezes daquela estação de metro onde nos separámos. Aquela imagem surge, hoje, em mim como uma alegoria da vida. Ao entrar naquela carruagem sabia que tomava um rumo diferente para o futuro, um rumo que me levaria para longe e tive medo. Medo de deixar a banalidade, das saudades daqueles de quem gosto, medo de ser "pequenino" aos olhos dos outros. Vi alguns partirem e outros ficarem. Depois chegou a minha vez. Deitei a cabeça amiúde pela janela, e duvidei ainda mais se era esta a minha estação. Cheguei ao meu destino há uma semana e senti-me em casa. Senti uns enormes braços, ternos e acolhedores, que me apertavam com um amor que nada podia conter. E fiquei aconchegado no colo, de Alguém que me disse: "amei-te com um amor eterno". Disse que se chamava "Eu Sou", mas que todos o tratavam por Pai, e constatei que, de facto o era. Perguntei-lhe para onde devia ir agora, qual era o caminho que Ele preparara para mim. E ouvi a Sua voz, silenciosa e íntima, que me dizia: "Não tenhas medo, de hoje em diante levar-te-ei aos ombros, meu filho amado, de volta a Casa...". E aqui vou eu, bem seguro nos ombros do Pai, de mãos dadas, confiado que o Seu amor é maior que as dificuldades do caminho...
Maria, Mãe da Ternura, hoje confio à tua proteção aqueles que deixei e aqueles que encontrei. Entrego-te os irmãos que vão cruzando o meu caminho, que vão ajudando a superar o peso da jornada e dando alegria, cor, ritmo ao meu rumo. Guarda-os junto do teu coração terno e aponta-lhes sempre o teu Filho, Libertador e fonte de felicidade. Pede ao Pai por mim, para ver a vida com os Seus olhos, fixando o essencial, o amor que Ele colocou nos nossos corações. Vela pelo meu novo caminho, pela minha resposta à voz do Senhor, para que, olhos nos olhos com Jesus, possa dizer o mesmo "Sim" que disseste ao Pai. Fico em ti, na esperança de estar cada vez mais junto do Coração de Deus...