domingo, 2 de maio de 2010

Mãe,

Precisava do teu silêncio e da tua humildade. Queria olhar o mundo e os outros com a tua atenção e ternura. Desejava que o meu rosto e a minha vida transparecessem uma serenidade alegre e confiante como a tua...

Há desafios que nos são colocados e aos quais só podemos responder pondo em questão toda a nossa vida, estendendo os nossos horizontes até ao infinito e confiando, confiando imensamente em Deus. No encontro com Ele, por entre os pequeninos passos que vou dando, descubro esta urgência em apaixonar-me cada vez mais. Viver apaixonado e não ter medo de me abandonar à vontade do Amor: não me deparo com um desafio maior.

Olhar-te, Mãe, é contemplar este desafio tornado vida e perceber que também eu posso chegar a gerar para o mundo o Deus Connosco. Ao contrário do que às vezes penso, isto não significa nem sucesso ou fama, nem poder ou influência. Como em ti, Maria, ser de Deus para dá-l'O a todos é algo que acontece no silêncio e cresce no segredo do coração inteiramente consagrado.

Estou quase certo que também não percebeste tudo isto à partida. Experimentando a perversidade do meu enorme egoísmo e a atracção permanente pelo pecado da soberana auto-sufiência, espero ir saboreando as escondidas vitórias do amor.

Não deixes que eu seja um filho mimado e preguiçoso. Todos os filhos gostam de colo e eu também. Não permitas, porém, que isso seja desculpa para não crescer. Que os teus mimos me tornem um homem que, na sua liberdade, aprendeu a escolher ir para além de si, encontrando nos outros e no Outro a realização plena da sua vida.

Totus tuus, Maria... Inteiramente teu, Maria. E teu, de Cristo...

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