domingo, 11 de abril de 2010



Um dia escrevi que se fosse um instrumento musical seria um violoncelo... Gosto particularmente do timbre grave, cujos acordes podem dar expressão aos sentimentos mais paradoxais do coração humano.

Ontem escutei um violoncelo. O momento era propício a saborear a presença do Senhor, que parecia querer abraçar-nos por meio daquela melodia.  Encontrar Deus nas coisas simples: sempre o senti como um enorme desafio. Nem sempre consigo fazê-lo, nem sempre sou capaz de fazer calar o ruído exterior ou interior, de me unificar na dispersão para acolher os toques da graça do Senhor. Porém, sei, porque o experimentei, que Deus não fica à espera que eu esteja preparado para Ele. O Senhor irrompe no meio das coisas mais banais para mostrar o essencial. O necessário é não deixar endurecer os sentidos e o coração, mas permanecer fiel.

"Não sejas incrédulo, mas fiel." [Jo 20, 27]

Despeço-me, por hoje, com um texto cuja mensagem gostava de viver a sério durante os próximos tempos... O trabalho da nossa santificação afinal não é um trabalho nem um esforço pessoal é apenas uma disponibilidade humilde para acolher o dom de Deus e nascer de novo em cada dia, segundo os meios que Ele escolher para moldar o barro frágil de que somos feitos.

Deixemos a Deus o cuidado da nossa santidade...

Ele conhece os meios...
Eles dependem de uma protecção e de uma operação singular da Sua Providência...
Normalmente, estes meios realizam-se sem que os vejamos...
e por isso mesmo nos desagradam...
e nunca são aquilo que esperamos...

Caminhemos em paz nos pequenos deveres da nossa fidelidade activa, sem aspirar aos grandes...
Porque Deus não se nos quer dar pelos nossos cuidados...
Nós seremos os santos de Deus, da Sua graça e da Sua Providência especial...
Ele sabe o posto que nos quer dar...

Deixemo-lo fazer...
... e sem formarmos, daqui em diante, falsas ideias e inúteis sistemas de santidade, contentemo-nos em ama-l'O sem cessar,...
Caminhando com simplicidade pelo caminho que Ele nos traçou...
E onde tudo é tão pequeno aos nossos olhos e aos olhos do mundo... [ANÓNIMO DO SÉC. XVIII]

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