terça-feira, 6 de abril de 2010

O Tempo Pascal é favorável a repetir uma vez mais o apelo da Igreja, na voz de João Paulo II:

Precisamos de Santos...

Creio que desvalorizamos demasiado este tempo no qual a Igreja nos propõe uma experiência mais profunda do mistério da Ressurreição do Senhor, a experiência alegre de uma vida nova, que não podemos alcançar plenamente agora, mas já saboreamos no coração, quando amamos e somos amados.

Continuamente, ao longo de dois mil anos, os cristãos – especialmente os santos – fecundaram a história com a experiência viva da Páscoa. A Igreja é o povo do êxodo, porque vive constantemente o mistério pascal e espalha a sua força renovadora em todo o tempo e lugar. A Páscoa não efectua qualquer magia. Assim como, para além do Mar Vermelho, os hebreus encontraram o deserto, assim também a Igreja, depois da Ressurreição, encontra sempre a história com as suas alegrias e as suas esperanças, os seus sofrimentos e as suas angústias. E todavia esta história mudou, está marcada por uma aliança nova e eterna, está realmente aberta ao futuro. Por isso, salvos na esperança, prosseguimos a nossa peregrinação, levando no coração o cântico antigo e sempre novo: «Cantemos ao Senhor: é verdadeiramente glorioso!» [Bento XVI, Mensagem Urbi et Orbi, 4 de Abril de 2010]

Este dia trouxe-me pequenas graças que me orientaram para a urgência de viver como alguém ressuscitado. O silêncio alegre e orante de algumas pessoas que se deram a Deus, a busca serena mas empenhada por um lugar na Igreja e no mundo de alguém que me é querido, o final de um dia que parecia não querer acolher a quietude e a escuridão da noite, foram sinais de uma vida diferente... Houve rostos, próximos ou distantes, que deixaram transparecer traços de Ressurreição, rostos alegres e decididos, vidas que não têm medo de avançar no desafio de procurar Deus...

A santidade da Igreja começa aqui, na coragem de querer ir mais longe e mais fundo, na confiança de quem sabe que o amor do Senhor Ressuscitado é maior que a pequenez das nossas hesitações e limites. Preciso de querer começar a ser santo. Disto depende também o crescimento do Corpo, no qual, em união com os irmãos que me deu o Senhor, se vai gerando o Cristo total, o mesmo que me dá vida ao chamar-me pelo nome...

Precisamos de Santos sociáveis, abertos,
normais, amigos,
alegres e companheiros.


Precisamos de Santos que estejam no mundo;
e saibam saborear as coisas puras e boas do mundo,
mas que não sejam mundanos. [João Paulo II, Carta aos Jovens]

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