quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Tocar a Unidade de Deus...

"O que existia desde o princípio,
o que ouvimos,
o que vimos com os nossos olhos,
o que contemplámos e as nossas mãos tocaram
relativamente ao Verbo da Vida,
(...)
o que nós vimos e ouvimos,
isso vos anunciamos..."
1 Jo 1, 1.3a
Neste entardecer, na hora em que, pela janela, já alcanço as estrelas que despontam, no crepúsculo de mais um dia, desejo contemplar-Te. O meu coração, Senhor, saciado em tantas fontes, onde busco o infinito, o eterno, o belo, está ainda inquieto; estás tão perto, meu Deus, que apenas na fragilidade da minha condição, posso fechar-Te as portas da minha vontade, do meu sentir, da minha liberdade, do meu ser...
"Que eles sejam um, como Tu e Eu somos Um". É este o grito que emerge das minhas entranhas, o clamor do lugar mais íntimo do ser que me move: que sejamos Um em Ti. Que, por meio do Espírito que queima, purifica, aquece, ilumina e inflama no amor, sejamos conTigo Um só, na comunhão com o Teu Filho e com o mesmo Espírito, comunhão vivida nos irmãos, com os quais creço e edifico o Teu Corpo Místico, onde me abres as portas da Tua vida divina.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Revisitar as origens...

«Hoje caminho... queria ver já a meta, perceber o desfecho da percurso, ter a certeza que estás lá de braços abertos à minha espera. Sei que os Teus projectos vão-se revelando pouco a pouco, ao Teu ritmo, segundo a Tua escala temporal, a eternidade, e nesta busca vou-Te encontrando em cada irmão e em cada acontecimento desta vida, doada por Ti. Só tenho uma certeza... que o Teu Amor repousa em mim... é, nesta confiança, que avanço, ainda que às escuras, porque caminhas à minha frente. Quero aqui deixar as pegadas deste caminho, escolhido por Ti, para que por meio de mim outros encontrem a Tua luz, se deixem fazer morada do Teu Amor...»


Há precisamente um ano atrás, escrevia as primeiras palavras d'O Amor de Deus repousa em mim. Recordo-me de chegar a casa, vindo da tomada de posse do Arcebispo da minha diocese (Évora), D. José Alves, profundamento tocado pelo cântico homónimo do blog, desconcertado pela certeza de ser amado por Deus, e por isso consagrado e enviado n'Ele e por Ele a anunciar a Palavra da vida e da paz. Durante um ano, partilhei aqui o caminho percorrido, lado a lado com Deus, caminho feito de sonhos, de dúvidas, de partidas e chegadas, de encontros e saudade, de esperança e desilusão, de presença e ausência, de luz e sombras... Mas acima de tudo, um caminho onde permaneceu, em cada instante, a dinâmica criadora e renovadora do amor de Deus.

Espero que este pequeno lugar, perdido nos antípodas do ciberspaço, continue a ser lugar de encontro entre Deus e os homens e mulheres, que procuram um sentido e uma Verdade para as suas vidas...

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

De volta a casa (Leiria), depois da experiência "Integrar a diferença", na Casa de Saúde do Telhal, e do Retiro, na última semana, volto aqui para responder ao desafio que o Joca me deixou no "Porque nada é impossível para Ti"... A proposta era abrir o livro de cabeceira, ou outro de especial preferência, na página 161, ler a frase da linha 5 e transcrevê-la aqui; no dito lugar está escrito:


"Depois me reconheceu pela voz, perguntou se eu não era a congressista que abordara a relação profética de Vieira com o mundo da época, e falou que eu estava completamente errada, que eu não fazia nem ideia de quem era Vieira."

A citação é do livro "A Eternidade e o Desejo", de Inês Pedrosa, que me ofereci a mim mesmo no dia dos meus anos. É um romance que descreve a viagem de uma portuguesa, Clara, que parte para o Brasil em busca de um amor perdido para sempre, da reconciliação consigo mesma, da luz (era cega!) que bebia dos texto do Pe. António Vieira, que tinha como mestre. Deixo apenas uma frase que, em jeito de abertura, se apresenta num daqueles prolongamentos da capa, dobrados para dentro do livro, dos quais não sei o nome: "Vieira não precisava de nada nem de ninguém. No fundo, acho que lhe bastava a consciência de que tinha Deus dentro de si - ou a Eternidade, ou o conhecimento, como preferires. Era um precursor; fervia-lhe no peito uma verdade e só com ela tinha ligação."

Deixo o desafio a todos os bloguistas que me visitarem... Boas leituras para todos ;)