"Naquele tempo, Pedro aproximou-se de Jesus e perguntou-Lhe: «Se meu irmão me ofender, quantas vezes deverei perdoar-lhe? Até sete vezes?» Jesus respondeu: «Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete."
Este é um pequeno diálogo que faz parte do Evangelho proposto para o dia de hoje... Pedro interroga o Mestre acerca do número de vezes que deve perdoar àqueles que o ofendem, tentando perceber o limite do perdão, a fronteira com o ressentimento e a ofensa. Jesus, o Mestre do Amor, rosto da misericórdia do Pai, revela-lhe que o perdão não tem limites. Perdoa sempre, porque cada vez que te apresentares de coração arrependido e humilhado diante do Pai, Ele perdoar-te-á...
Tal como Pedro também nos é, tantas vezes, dificil perceber quando, como e porquê perdoar. O Senhor pede-nos que perdoemos, mostrando-nos o exemplo do Pai. "Sede misericordiosos, como o vosso Pai celeste é misericordioso", a meta é a perfeição divina, o objectivo é configurarmo-nos, de tal maneira, com Cristo que imitemo os Seus gestos divinos, perdoando. O perdão é assim a base da comunhão com Deus, que esquece os nossos pecados por amor, e com os irmãos, garantindo a paz e destruindo o ódio e a violência... O Perdão, apresentado por Jesus, é o instrumento de reconciliação, união e fraternidade na família humana. Nesta Quaresma, procuremos perdoar tudo, reconciliar o passado com o presente, deixando o futuro livre de ressentimentos. "É perdoando que se é perdoado", é sentindo o amor de Deus em nós, libertando-nos do pecado e tomando sobre Si os nossos fardos, que teremos força para perdoar "setenta vezes sete"...
"De coração arrependido e espírito humilhado sejamos por Vós recebidos. Seja hoje este nosso sacrifício agradável na vossa presença, porque jamais serão confundidos aqueles que em Vós esperam. E agora Vos seguimos de todo o coração, Vos tememos e buscamos o vosso rosto." (I Leitura)
LEITURA I: Dan 3, 25.34-43
EVANGELHO: Mt 18, 21-35
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