sexta-feira, 4 de setembro de 2009


"O Senhor disse a Abrão:
«Deixa a tua terra, a tua família e a casa do teu pai, e vai para a terra que Eu te indicar. Farei de ti um grande povo, abençoar-te-ei, engrandecerei o teu nome e serás uma fonte de bênçãos.(...)»
Abrão partiu, como o Senhor lhe dissera..."
Gn 12, 1-2.4a

No silêncio, tento perceber-Te, esforço-me por compreender, na medida que me é possível, este Teu convite, sussurrado ao meu ouvido de tantos modos, nestes tempos.
Pedes-me, com doçura, que deixe o que é meu, que me exproprie de tudo o que não é verdadeiro e essencial, das coisas, das relações, dos desejos e projectos que não são puros, gratuítos e fecundos. No fundo, desejas que me exile do meu egoísmo para me encontrar em Ti, desejas que eu peregine na confiança e na esperança, como os que se sabem guiados unicamente por Ti, ainda que seja de noite, mesmo que caminhe sem ver o pedaço de chão que pisarei em seguida. Assim o quero e desejo! Não quero consolações e facilidades, sucessos ou triunfos estéreis, felicidade vazia e inerte. Quero apenas aprender a amar-Te pelo que és, de coração puro e consciência recta, experimentando a verdadeira alegria, ainda que a razão e o coração sofram...
Conheço bem a minha fragilidade que, aparentemente, não me dá razões para me fazer ao caminho, mas vou descobrindo a grandeza do Teu amor, capaz de divinizar aquilo que eu me esforçar por humanizar.
Não te peço outra graça senão aquela que desejas ardentemente conceder-me e, no silêncio, confio em Ti, Deus fiel. Na quietude do coração, não espero mais nada senão que o Teu amor me fira profundamente e eu permaneça sempre sedento, e ainda assim sempre borbulhando bênção, sentido e vida abundante. Amen.

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