Não sei bem quando os nossos olhares se cruzaram pela primeira vez. Seguramente foi num daqueles dias em que tudo era estranho, confuso, distante. Mas o tempo dá um sentido único a tudo aquilo que vivemos. E os laços cresceram, tornaram-se fortes e duradouros, atados por Alguém maior. É curioso que nenhum de nós é igual a outro, mesmo à primeira vista. Talvez seja por isso que permanecemos juntos. Completamo-nos. É certo, que de um modo estranho, mas cada um é para o outro a porta para aquilo que falta em si próprio, é um modo de viver, partilhando, aquilo que sem o outro não poderíamos perceber e sentir. Hoje, somos irmãos, no coração, por tudo o que já vivemos juntos, por tudo o que partilhámos e sonhamos para nós, mas, acima de tudo, somos irmãos em Cristo, pelo Seu ideal de vida, no qual tentamos permanecer.
Olho para trás e agradeço, em silêncio. Comove-me a Providência com que tudo foi pensado e conduzido para nos enriquecer, para nos ensinar e corrigir, para nos ajudar a crescer, uns com os outros, segundo o plano de Outro. Penso no amanhã e tenho medo. Vejo, agora, mais claramente que algo se aproxima, rapidamente. Não quero chamar-lhe fim. Não o será para mim porque não o desejo. Gostava, sinceramente, que este fosse o início, a porta para mais uma jornada, em que somos chamados a permanecer juntos de uma outra forma. Chega o momento de buscar outros rumos, de lutar por uma felicidade que apenas depende de nós, que nos pede esforço, dedicação e, também, autonomia. Chega o momento em que cada um deve procurar o projecto de vida a construir e agarrá-lo. E este chega quando tudo parecia indicar que precisavamos uns dos outros para continuar o caminho. Tenho medo. Medo da solidão, do silêncio das vossas vozes, da falta dos vossos abraços, do calor das vossas palavras, da ausência da vossa felicidade e alegria... Mas acredito que permaneceremos de outro modo, é certo. Sempre que vivermos os ideais que construímos juntos, sempre que abrirmos as mãos para dar de nós, um pouco dos outros fluirá nesse gesto. A cada passo, a cada escolha, a cada palavra surgirá o outro, de quem colhemos parte para nos tornarmos maiores. Renasceremos uns nos outros, sem mesmo darmos conta disso. Ainda assim, conto com a vossa presença, próxima, amiga, íntima, como apredemos juntos. As nossas estórias entraram na grande História de Deus. E a sua dimensão eterna deixarnos-á gravados no coração uns dos outros, e no Seu coração.
Confio-vos ao Senhor, nas escolhas e nos rumos que traçaram, com Ele, até à Felicidade. Deixem que seja Ele a escrever nos vossos corações, os caminhos a percorrer, os ideais a viver, os sonhos a concretizar. Espero que possam dar àqueles que passarem pelas vossas vidas um pouco daquilo que deixei em vocês. Guardo-vos com um amor que só Deus pode construir...
ps. Confesso que sou brusco nos julgamentos. E não, não quero destruir felicidades. Mas temo quando isso pode tornar as pessoas dependentes e incapazes de escutar os outros, na ânsia de falar de si. Tenho medo da ausência da tua alegria saudável... Amigos? Por mim, para sempre. Rezo por vós... :)
morri..tou a chorar! ADORO-TE ...juntos permaneceremos num eterno principio...um principio "para sempre" mesmo que o sempre nao exista!
ResponderEliminarÉ mesmo o culminar de uma etapa tão importante na vida de cada um! O sofrer por antecipação por causa da (mais que provável) ausência de quem connosco cresceu nestes ultimos anos! Mas é a vida de todos e desde logo ver o traço de Deus no desenho da nossa vida tornará mais facil o caminho! Abraço
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